“Olá Dr. Alexandre! Vou ser bem direta. Sou
separada tenho 38 anos e um casal de filhos com idades de 15 e 7 anos e me
envolvi com uma pessoa cinco anos mais nova do que eu. A princípio, eu achava,
eu queria acreditar que tudo estava caminhando bem apesar de perceber que
éramos muito diferentes, o que não me convenceu a desistir dessa relação uma
vez que eu estava a um ano e nove meses separada e bastante isolada. Percebi
que ele tinha um ciúme exagerado mas, mesmo assim, não me convencia de que
deveria terminar a relação. Carente, sozinha, com a auto estima super baixa e
sem amigos, me acomodei pois via nessa relação a oportunidade de um recomeço.
Comecei a sair, conheci novas pessoas e assim fizemos um ano de namoro.
Nos três últimos meses o
comportamento foi ficando muito obsessivo. O ciúme aumentado e o meu
distanciamento foi acontecendo. Já não participava do tradicional futebol dele,
nem das rodinhas de boteco. Não tinha mais prazer em acompanhá-lo. O que me
prendeu a ele foi a cama o único lugar onde nos dávamos bem. Exatamente faltando
três meses antes de terminar o namoro, ele pulou o muro da minha casa e iniciou
uma tremenda confusão em plena madrugada querendo entrar em casa e acabou quebrando
o vidro da minha porta. A relação se desgastou muito. Perdi a confiança terminei
com ele mas, mesmo assim acabei cedendo e voltando pra essa relação até que num
dia, depois de festa da família dele, nos despedimos e no caminho de casa parei
para conversar com um amigo. O meu ex-namorado me ligou e perguntou onde eu estava.
Respondi e em menos de cinco minutos ele estava lá me mandando ir embora e respondi
que não. Ele me agrediu com três tapas na face e um soco na boca do estômago.
Bom, hoje já se completaram dois meses que esse fato aconteceu. Ele não só me
aterroriza quanto as pessoas que andam comigo, principalmente amigos. Já o vi
me seguindo, ele já me ameaçou tanto pessoalmente quanto por mensagens no celular.Tenho
lido matérias a respeito da psicopatia e não tenho dúvidas de que ele seja mais
um. A ausência de culpa dele e inacreditável. Tudo ele justifica como se a
culpada fosse eu. Não suporto mais essa situação. Ele persegue qualquer pessoa
que ande comigo e percebo que essas pessoas estão se afastando de mim em função
dessa pressão. Tenho medo de denunciá-lo. Não é essa minha vontade. Mas não sei
o que fazer. Ele já tem um caso passado de tentativa de homicídio contra um ex
namorado da ex mulher dele. Preciso de seu aconselhamento. Meu problema foi
perceber tudo e querer cuidar dele.”
Caríssima,
Realmente há
uma diferença entre psicopata e
sociopata, mesmo que ambas sejam distúrbios de personalidades antissociais,
o que aparentemente não é o caso do seu ex.
Em realidade
o que mais me parece é que ele é
violento e desequilibrado, por conta do forte egoísmo e talvez pela forma
que você conduziu esse relacionamento.
Explico: de
alguma forma ele acredita que você ainda lhe deve algo: satisfação, explicação
ou cama.
Uma pena que a gente se deixe levar e não ouve a intuição, provavelmente lá
atrás você já soubesse que não daria certo e mesmo assim continuou.
Nossas carências não podem
ser maiores que nosso amor próprio, nosso discernimento e dignidade!
Veja, você
tem que avaliar a possibilidade de sim, denunciá-lo,
uma vez que houve violência, agressão física. Essa é uma
forma de afastar essas pessoas que podem te fazer um mal maior.
Nós somos donos das nossas escolhas e claro responsáveis pelas
consequências.
Temos
obrigação de nos preservar e não comprometer a vida dos que nos rodeiam.
Você ainda
tem amigos e filhos, conte com eles
e não deixe que se afastem.
Boa Sorte!
Alexandre
Santucci
Sigilo: seu nome não será
publicado.
Publicado no SeR em 20
de Outubro de 2011 14:56
0 comentários:
Postar um comentário